quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Os "gigantes" Border Collies americanos!

Existem basicamente 3 tamanhos de Border Collies nos Estados Unidos, os pequenos ou mini Border Collies, os médios e os de tamanho tradicional por aqui. E eles são grandes!

Filhote gigante! 10 meses e maior que Jack Bauer
Jack Bauer e Brown meus dois Border Collies são pequenos anões quando comparados com os tradicionais Border Collies americanos. Para se ter uma idéia, estou com um filhote de 10 meses de idade, nascido nos Estados Unidos e de pais e avós americanos. Aos 10 meses de idade ele já é mais alto do que Jack Bauer e Brown.

Os mini Border Collies competem por aqui na classe 16 polegadas (40cm), os médios normalmente competem na classe 20 polegadas (50cm) e os de tamanho tradicional na classe 24 polegadas (60cm).

Desde quando me mudei sempre competi na classe 24 polegadas e sempre (SEMPRE!!!) meus cães foram os tampinhas do grupo. É muito difícil competir contra cães tão maiores. Com passadas mais largas e mais força muscular eles já têm uma vantagem física natural. É como eu com meus 1.66 metros de altura tentando jogar basquete contra pessoas de mais de 2 metros de altura.

Em 2015 coloquei Brown na categoria 20 polegadas e o moleque começou a voar, tento a possibilidade de competir contra cães da mesma altura (muito deles Border Collies). Jack Bauer mesmo com a inferioridade de altura conseguiu resultados importantes com pódios em torneios Regionais e Nacionais.

No último US Open a nona posição de Jack Bauer em uma classe com mais de 200 cães foi extraordinária, mas chega a hora de começar a poupá-lo. Chegando aos 8 anos de idade em 2017 Jack Bauer começará a competir na mesma altura que Brown, a 20 polegadas.

O único ponto negativo é que ele passa a não ser mais elegível para competir por vagas em nenhum torneio internacional. Mas, como minha meta não é mais essa com ele eu nem estou preocupado com isso. Em 2017 temos Cynosports, dois Regionais e muita estrada pela frente. Quem sabe com o “gigante filhote” em mais alguns anos. 

Por que (a maioria) dos americanos não querem competir fora do país?

Não há dúvidas de que ter a oportunidade de competir em um torneio internacional representando o seu país é algo inesquecível. Desfilar com a bandeira e representar a sua nação é uma honra e nos faz sentir que estamos ali por algo maior. Mas sabe-se que nos Estados Unidos apenas 5% do total dos competidores tem esse sonho. Por que?


Antes de mais nada é preciso dizer que mesmo 5% sendo um percentual muito pequeno, dentro de um universo de aproximadamente 30 ou 40 mil pessoas que oficialmente estão praticando Agility nos Estados Unidos é algo significativo porque estamos falando em média de 1500 a 2000 pessoas que possivelmente podem estar pensando em vagas para torneios internacionais. Portando não são poucas pessoas, mas sim, percentualmente o número é bem pequeno.

Estando no US Open dias atrás e conversando com várias pessoas (algumas delas bons condutores com bons cães), a resposta “não” quando a pergunta era: “Você vai ir para as seletivas do Europeu ou Mundial? Ou mesmo WAO?” foi muito mais comum do que a resposta “SIM”.

Não é muito difícil de se entender a resposta negativa. Afinal, estando em um país como os Estados Unidos onde torneios gigantescos como o próprio US Open, Cynosports, Tittlemania, Invitational, entre outros oferecem tudo o que um competidor pode esperar (infra-estrutura, organização, e uma infinidade de classes), os competidores acabam encontrando tudo o que precisam dentro de seu próprio país. Também é preciso lembrar que sendo os Estados Unidos um país continental, condutores viajam e atravessam vários Estados por terra ou ar visitando pontos turísticos e diferentes culturas sem mesmo precisar se preocupar com vistos, documentos de viagens, transportes de cães entre outras burocracias que uma viagem internacional requer.

E é claro que existe o fenômeno cultural, que como eu sempre digo, cultura não se discute. Os americanos esportivamente falando criam seu próprio universo com suas próprias regras, o que é muito comum em um país gigante e culturalmente tão diverso. Visitar diferentes Estados americanos é muitas vezes como entrar em uma país diferente com suas próprias culturas e tradições, muito parecido (em alguns pontos) com o Brasil.

No Brasil, eu acredito que o fato de se valorizar tanto o Mundial é o fato de nao haver outro torneio importante para se focar. O Campeonato Brasileiro de Agility dividido em multiplas etapas que se arrastam por todo o ano não agrega valor ao torneio e não tem o mesmo efeito de importância para os competidores, sendo apenas mais uma etapa, e outra, e outra...

O Américas & Caribe poderia (e ainda pode) ser um torneio para os brasileiros focarem e terem a possibilidade de vestirem a camisa do país, principalmente contando com a presença de juízes importantes. Outros torneios sensacionais que acontecem na Europa como o WAO, o Border Collie Classics e mesmo o Europeu parecem que custam a cair nas graças dos brasileiros que ainda pensam o ano inteiro M-U-N-D-I-A-L.

Enfim, o importante é ser feliz dentro do esporte em que se pratica. Competindo fora ou dentro do seu país e alcançando as metas que cada um se coloca a si mesmo.



terça-feira, 22 de novembro de 2016

Agility e sua histórias incríveis...e malucas

Eu já tinha ouvido essa história antes em uma outra prova. Até então tida como um mito, foi confirmada por alguém que me disse ter convivido com ela por um longo tempo.

Reza a lenda que uma senhora criadora de Australian Sheppards em meados do início dos anos 2000 esteve presente em um Cynosports levando 11 cães e competindo com todos eles.

Segundo fontes essa condutora teria entrado em pista mais de 50 vezes em um único dia. Se você está se perguntando como é possível, eu te explico. No torneio por equipes no Cynosports, cada equipe compete em 5 diferentes categorias (Agility, Jumping, Snooker, Relay e Gamblers). Das 13 equipes inscritas para o torneio naquele ano, essa senhora competiu em 11 deles (cada um com um cão diferente), tendo feito portanto 5 pistas com cada cão, totalizando a marca de 55 percursos em um mesmo dia.

Dentre todas as classes que ele teria participado durante os 4 dias do torneio ela haveria gasto mais de 2 mil dólares em inscrições. Fazendo uma conta rápida com as inscrições por equipes ela teria gasto mais de 900 dólares para um dia de provas.


Mito ou não, acho que temos uma recordista na história do Agility. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

US Open: os brasileiros poderiam vir

Essa edição do Us Open contou pela primeira vez com a participação de outros 4 países, além dos anfitriões norte-americanos. Duplas do Canadá, Suiça, Inglaterra e Rússia vieram para participar do torneio.


Como o próprio nome diz, o torneio é aberto (Open) a todos que quiserem participar. Basta pagar a inscrição e uma taxa de 25 dólares para se filiar a UKI. Taxa única, não há anuidades nem para nós que competimos na Federação o ano inteiro.

O torneio oferece várias classes abertas aos competidores que podem escolher onde querem competir. Biatlhon, Master Series, National, Games e Speedstakes tornam o leque de escolhas bem abrangentes e pode levar a um competidor correr até 14 pistas em 4 dias, caso ele participe de tudo. As inscrições são pagas por classe. Ou seja, você paga apenas onde está competindo.

A única desvantagem para os estrangeiros é que eles precisam passar pelas fases classificatórias nos dois primeiros dias para se classificar para as finais nos dois últimos dias. Alguns classes são fáceis de classificar, zerando uma pista ou terminando sem eliminar. Mas para classes como Master Series e Nationals a coisa é um pouco mais complicada e obrigam os competidores a vencer as qualificatórias (Master Series)  ou ficar entre o Top 8 no caso do Nationals. Na pior hipótese, se um competidor for eliminado em tudo participará dos dois primeiros dias e vai assistir de camarote todas as outras finais,

Para os brasileiros a maior inconveniencia é o visto. Diferente da Europa, para se entrar nos Estados Unidos é preciso visto (o de turista já serve) o que obriga os competidores a juntar documentos e visitar o consulado americano em seu Estado para pedir o desejado documento.


Enfim, seria muito bacana ver brasileiros competindo no US Open no ano que vem, especialmente porque será na Flórida a terra do Mickey Mouse. (e eu estarei julgando)

Pára tudo!!! Convidado para julgar o US OPEN 2017!

De todas as emoções que eu vivi no último final de semana, não dá para mentir e negar que ser convidado para julgar o US Open do ano que vem não foi a mais incrível.

É o ápice de uma carreira de juiz que se iniciou em 2014 de forma não muito segura em um pequeno torneio regional da UKI na Flórida, passou por outros torneios regionais por outros Estados americanos, teve um breve pico com o convite para julgar o primeiro torneio regional da UKI (a UKI CUP) no próximo janeiro e agora chega ao nível mais elevado com o convite para ser um dos 4 juízes de um dos maiores torneios nacionais do país.


Com esse convite, a visibilidade que os competidores terão comigo no próximo ano vai aumentar e muito. É provável que mais convites para julgar outras provas apareçam e muitos comecem a vasculhar minhas redes sociais em buscas dos meus percursos.

Se existe um ponto negativo nesse convite é o de não poder competir no US Open 2017 com meus cães. Mas, é um preço barato a ser pago quando eu penso no tamanho da honra que é julgar uma prova com os melhores do melhores. E quem sabe alguns brasileiros não venham? Afinal é um torneio aberto a estrangeiros também.

Por enquanto não dá pra saber quais percursos eu vou julgar. Nesse ano, todos os juízes julgaram desde as provas qualificatórias na Quinta e Sexta, até algumas finais no final de semana. Na verdade, cada juiz ficou encarregado de uma final (Master Series, Biathlon, Speedstakes e Games).


Enfim, ainda existe um ano para se preparar.

domingo, 20 de novembro de 2016

US Open 2016! Assim foi...

Que torneio! Que coisa absolutamente incrível ter a oportunidade de estar participando de um torneio como o US Open. Desde 2012 quando o torneio se iniciou evoluiu muito culminando no melhor, maior e mais bem organizado US Open da história. Com o perdão do trocadilho, mas a pontualidade britânica (para quem não sabe a UKI veio da Inglaterra) associada a capacidade americana de organizar um evento resultaram em 4 dias de um torneio onde só se ouvia elogios.

Superfície impecável, sendo renovada duas vezes por dia por dois tratores. Juízes que trouxeram pistas desafiadoras e ao mesmo tempo divertidas, uma pontualidade que chegava ao ponto do reconhecimento ser marcado para 9:23 e começar exatamente no horário marcado proporcionaram para as quase 700 duplas uma experiência inesquecível. Em 5 categorias diferentes (Master Series, Biathlon, Games, Speedstakes e Nationals), a UKI premiou os campeões nacionais.

Eu vivi altos e baixos.
Com Brown eu só tive alegrias. O pequeno marrom resnaceu na categoria 50cm e só esse ano pegou pódio no Regional Sudeste da USDAA e nesse US Open terminou o Master Series na quinta posição. Uma barra nos tirou o pódio, o que seria o segundo consecutivo pois em 2015 fomos vice-campeões nacionais. O que me anima nele é vê-lo correndo com tanta garra e com um drive sensacional. A possibilidade de competir com ele em uma altura mais baixa o transformou em um campeão competindo contra Border Collies e outras raças de sua mesma altura.

Jack Bauer virou minha preocupação de uns meses para cá. Com problemas para saltar 60cm e nao rendendo como antes, a 9ª posição em meio a tantos Border Collies sensacionais foi um resultado espetacular. Porém, já cai a ficha que ele não vai conseguir competir de igual com os gigantes Border Collies americanos. Vou escrever um post sobre isso em alguns dias, mas para que vocês tenham idéia Jack Bauer competindo no 60cm aqui nos Estados Unidos seria o mesmo do que eu (com meus 1.66 metros de altura) tentando jogar basquete na NBA contra jogadores de mais de dois metros de altura. É muito difícil. O que pode nos levar a começar a competir nos mesmo 50cm onde Brown vem competindo, abrindo mão de tentar qualquer vaga em torneios internacionais e ser feliz com os muitos torneios regionais e gigantes torneios nacionais que a América oferece.

E foi assim! O US Open em 2017 será na Flórida! Na cidade de Jacksonville, o que é uma notícia muito boa para nós moradores do Estado!

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Dá-lhe memória! Reconhecendo múltiplos percursos

US Open rolando no Estado da Geórgia e separei um tempo pra escrever.
O que você acha de reconhecer dois percursos antes de correr? E que tal quatro? Pois é, o sistema usado por torneios nacionais como o US Open e o Cynosports por aqui deixaria (assim com eu mesmo senti na pele pela primeira vez) muitos brasileiros perturbados com o estilo do reconhecimento.

São 4 pistas simultâneas para dar conta de tantos cães, nesse US Open aproximadamente 700 cães estão competindo. Além disso são muitas classes e por essa razão os condutores são separados por grupos (A,B,C e D). Enquanto o Grupo A está competindo no Agility na pista 1, o Grupo B está competindo no Jumping na pista 2, o Grupo C está competindo no Speedstakes (prova de velocidade) na pista 3 e o Grupo D está competindo em algum game na pista 4. Quando os 4 grupos terminam, os grupos rotacionam e o Grupo A vai a pista 2, o Grupo B vai a pista 3, o Grupo C vai a pista 4 e o Grupo D vem a pista 1. Essa rotação vai acontecendo até todos passem por todas as pistas.

A coisa começa a complicar quando é hora do reconhecimento. No Brasil é usado o sistema walk + run (reconhece + corre), o que significa que todos reconhecem uma pista e correm. Depois todos reconhecerm a segunda pista e correm, e assim vai. Nos Nacionais dos Estados Unidos é usado o sistema Walk + walk, Run + run (reconhece + reconhece, corre + corre). Isso significa que logo pela manhã todos reconhecem todas as pistas antes de correr. Lembra do sistema acima? Grupo A na pista 1, Grupo B na pista 2, Grupo C na pista 3 e Grupo D na pista 4? Depois rotacionando? Acontece o mesmo com o reconhecimento. Ou seja, os 4 grupos rotacionam todas as pistas, reconhecendo todos os percursos e depois correm todos. Nao há mais nenhum reconhecimento o dia topo.

É uma coisa louca porque os condutores precisam memorizar 4 pistas para só depois correr. Como alguns condutores dizem aqui, trata-se de um jogo mental e você precisa ter boa memória e se concentrar. Por outro lado, dá um dinamisno na prova absurdo porque não havendo mais reconhecimentos durante o dia a prova flui de forma incrível.


Enfim, mais algumas diferenças culturais entre os Agilitys brasileiro e americano.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

US Open 2016: tá na hora!

Amanhã encaramos mais uma vez a estrada para o nosso terceiro US Open. Nao será uma viagem longa, algo em torno de 350 milhas (ou 560Km), por volta de 5 horas de viagem. É perto considerando o quanto se precisa viajar para estar em competições importantes aqui nos Estados Unidos. Em duas semanas serão 16 horas até a Pennsylvania para as seletivass do Europeu.

O US Open é um dos maiores torneios dos Estados Unidos. É o torneio nacional da UKI e em média reúne entre 600 e 800 cães. Como disse anteriormente será a nossa terceira particpação.

2014
Viajamos até a Carolina do Norte para o nosso primeiro US Open e naquela oportunidade tudo era novo. Nosso primeiro nacional. Brown não competiu naquele ano, estávamos em um momento dificil de quase aposentadoria e foi depois daquele nacional que decidi começar a competir com Brown em uma classe com saltos mais baixo. Jack Bauer esteve presente e fechamos nosso primeiro US Open com um quinto lugar na classe Biatlhon, uma das classes mais importantes e por pouco fora do pódio.

2015
Foi um ano inesquecível para nós. Minha melhor participação em um torneio nacional nos Estados Unidos. Foi o primeiro nacional de Brown agora competindo na classes 20 polegadas (50cm) o que resultou em seu renascimento dentro do Agility e um inesquecível pódio pelo terceiro lugar no Biatlhon.
Jack Bauer também foi muito bem, e por pouco não faturou o título nacional. Terminamos com o melhor tempo combinado entre todos os competidores na classe 26 polegadas (65cm) porém uma falta no Jumping nos empurrou para o quinto lugar, coincidentemente a mesma posição de 2014.

2016
Para esse ano eu confesso que minhas espectativas não são tão altas. Brown está para se aposentar e não tem o mesmo pique e Jack Bauer não vem com o mesmo gás do ano passado. Ano que vem com certeza será seu ultimo ano na categoria 65cm.


Independente disso, tá na hora! Vamos que vamos correr algumas pistas, curtir esse torneio espetacular e encontrar com amigos do país inteiro.

domingo, 13 de novembro de 2016

USDAA: Tecnologia sendo usada no esporte

Esse é o segundo ano consecutivo que a USDAA usa tecnologia no Cynosports. O maior torneio do país que se encerrou nesse domingo 13/11 (e que infelizmente optei por não ir, em razão do US Open no próximo final de semana), contou novamente com a tecnologia como meio de ajuda aos juízes.

São câmeras estrategicamente colocadas apontando para as zonas de contato (apenas nas de saída e não nas de subida), no pneu e no salto em distância.

A checagem só é permitida se o juiz autorizar. O próprio juiz pode pedir o replay no caso dele mesmo ter alguma dúvida. O condutor também pode pedir o "desafio" e olhar a câmera mas apenas se o juiz autorizar. O juiz pode negar o pedido caso ele entenda que sua decisão foi 100% correta. 

Em caso do "desafio" aceito, dois outros juízes ficam o tempo todo analisando em tempo real os monitores e podem instantaneamente mostrar a imagem nos monitores para que o juiz confirme ou não a falta.

Esse sistema só é usado no Cynosports e por enquanto não está disponível para torneios locais e regionais.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Cynosports X US Open: a batalha dos nacionais

Viver em um país com múltiplas federações pode ser algo muito bom! Mais provas, mais oportunidades, um agility para todos. Mas eventualmente algumas rivalidades podem rachar o esporte. E a América vive o maior racha entre Federações em sua história.

O Cynosports, o torneio nacional da USDAA foi por muito tempo intocável. O maior e mais popular torneio nacional do país. Em média, 1000 cães de todos os lugares do país se encontram para competir em 5 pistas simultâneas em 5 dias de muito Agility.

Essa figura começou a mudar quando a UKI chegou por aqui e criou seu próprio campeonato nacional: o US Open. Desde 2014 o US Open ganhou um peso enorme no país e praticamente se igualou ao Cynosports.

Até aí tudo bem. O Cynosports sempre sendo realizado nos meses de Setembro ou Outubro e o US Open sempre acontecendo no mês de Novembro todos os anos. Mas desde o ano passado dezenas (para não dizer centenas) de competidores assiduos da USDAA começaram a pegar gosto pela UKI e o número de competidores em algumas provas locais da USDAA começou a cair. Ficou muito claro no começo desse ano quando duas das provas mais tradicionais da USDAA na Flórida na cidade de Winter Park tiveram suas inscrições diminuidas para quase a metade e a tradicional prova que sempre contou com dois juizes, teve apenas um juiz. Muitas duplas estavam no mesmo final de semana competindo em uma prova da UKI em outro local. Fato que ocorreu com algumas provas da USDAA ao redor do país.

A resposta veio forte e a USDAA transferiu o Cynosports para o mês de novembro, apenas uma semana antes do US Open e declarou guerra contra a UKI. Essa atitude vinda da USDAA (equivocada na minha opinião) dividiu os competidores. Com o Cynosports acontecendo nesse final de semana no Arizona e o US Open na próxima semana na Geórgia ficou inviável para 95% dos competidores competirem nos dois nacionais. Eu mesmo tive que optar. Voar (ou dirigir 30 horas) para o Arizona, competir 5 dias e depois voar (ou dirigir 20 horas) atravessando 7 Estados para competir no US Open é algo quase impossível para a maioria.  Sem contar que seriam 15 dias viajando, o que parece bem legal, mas tirar 15 dias de licença no trabalho aqui na América não é pra qualquer um. O resultado final dessa situação é provavelmente um menor numero de competidores nos dois Nacionais. A decisão da USDAA em mudar o Cynosports de data é um tiro em seu próprio pé.


Enfim, torcemos para que a USDAA mantenha o Cynosports em setembro ou outubro no ano que vem para que todos possam desfrutar dos dois nacionais.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Torneios Nacionais: agregando valor

Pontos corridos ou mata-mata? Essa questão é sempre polêmica no futebol. Afinal um torneio por pontos corridos premia o melhor? O mata-mata é mais emocionante?



Essa semana estava pensando sobre os torneios nacionais de agility no Brasil e nos Estados Unidos. Às vésperas de mais um US Open e de mais um Cynosports que acontecem nas próximas semanas, agilitistas nos Estados Unidos não falam em outra coisa. Todo o foco do agility nacional está ligado nas cidades de Scottsdale no Arizona e Perry na Geórgia para “a bola rolar” nos dois torneios nacionais mais importantes do país.

Duplas se preparando, estudando pistas, conferindo as reservas em hoteis, preparando as malas para o embarque nos aeroportos ao redor do país ou trocando o óleo do carro para algumas horas de estrada. Nas próximas semanas milhares de Agilitistas colocarão o foco e a preparação de um ano todo nas duas cidades acima citadas.

E aqui começa minha opinião pessoal.

Enquanto nos Estados Unidos, as marcas Cynosports e US Open agregam valor as suas federações fazendo com que todos os agilitistas se voltem as competições nacionais, e as federações fazem grana com merchandise (camisas, canecas, guias e outros produtos), no Brasil ainda existe a formula de campeonato brasileiro de tiro longo onde não se consegue agregar valor ao torneio.

No meu tempo competindo no Brasil, torneios nacionais chegaram a ter inumeras etapas separadas por meses entre a primeira e a última. Competidores que começavam o torneio no Grau 1, terminavam no Grau 2 ou 3, rankiando em dois ou três graus diferentes. É difícil agregar valor em um torneio assim. Garimpar pontos ao longo de meses não sabendo em qual Grau você terminará o torneio depois de 10 meses faz competidores desanimar.

O sistema de torneios nacionais nos Estados Unidos, faz com que Cynosports ou o próprio US Open sejam grandes eventos anuais onde competidores trabalham o ano inteiro e criando a expectiva de poder estar dentro de um torneio super importante. Além disso dá iguais condições de todos vencerem, afinal é um torneio de tiro-curto em 4 ou 5 dias onde mesmo os maiores favoritos podem ser surpreendidos com uma barra que cai ou uma falta de zona de contato.

Existe um fator cultural no Agility assim como em tudo ao nosso redor. Nós, brasileiros, fomos criados dentro de um Agility com esse sistema e para nós um sistema diferente pode parecer estranho. Esperar um ano inteiro para disputar um torneio nacional??? Pode parecer nada atrativo. Mas, por experiência própria eu posso dizer que disputar um torneio como esses é a grande espera do ano inteiro. E para a maioria dos competidores que não vão a torneios internacionais por falta de recursos ou por uma decisão pessoal (o que é o exemplo de muitos americanos), competir ou até mesmo chegar ao TOP 10 em um torneio com 1000 cães pode ser o momento mais espetacular em sua carreira agilitística.

Agregar valor e fazer dinheiro com Agility não é algo ruim, se feito da maneira correta.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Quanto ganha um juiz de Agility nos Estados Unidos?

ESSE POST FOI PUBLICADO EM MAIO DE 2016, ESTOU APENAS REPUBLICANDO AQUI NO NOVO BLOG

Mais uma sensacional experiência julgando uma prova de Agility nos Estados Unidos. A prova aconteceu em Palmetto – FL, na costa Oeste do Estado, no Golfo do México. 

3 dias! 650 passagens em pistas! Na Sexta a prova começou a 1 da tarde e terminou por volta das 6. Sábado e Domingo a prova começou as 8 da manhã e terminou por volta das 4 da tarde.

Com relação a organização eu não vou ser repetitivo. Já comentei anteriormente sobre isso. O que eu gostaria de mencionar aqui são outros dois fatores.

Primeiro foi um sistema testado pela organização dessa prova onde foram enviados, logo pela manhã, os percursos do dia para o celular de cada competidor. Ou seja, você acordava de manhã, checava seu celular e lá estavam os percursos do dia. Prontos! Você podia dar zoom na imagem e já ir pensando em sua estratégia. Foi bem bacana.

Mas quanto ganha um juiz de Agility nos Estados Unidos? Na verdade não existe nada oficial. Nas regras está dizendo que o pagamento ao juiz deve ser acordado entre o clube organizador e o juiz. Mas, existe uma regra não oficial e praticamente todos a seguem.

O clube paga 1 dólar por passagem em pista, mais gasolina, hotel e alimentação. Quando um juiz julga uma prova em dois dias facilmente tira em torno de 800 dólares, a não ser que seja uma prova muito pequena. 3 dias julgando rendem mais de 1000 dólares ao juiz.

Para provas maiores como campeonatos regionais ou nacionais paga-se mais. Juízes em provas importantes como Cynosports ou US Open tiram mais de 3 mil dólares por evento.

Eu fiquei sabendo que para provas locais alguns juízes já chegaram a pedir mais do que 1 dólar por passagem em pista. Mas o que acaba acontecendo é que esses juízes acabam não sendo mais convidados porque acabam “violando” essa regra não-oficial.

Eu tenho mais duas provas agendadas para julgar, uma na Flórida e uma na Pennsylvania nos proximos meses.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

O Américas & Caribe e os americanos

O maior torneio das Américas? Em quantidades de países podemos dizer que sim. O A&C é o torneio que reúne a maior diversidade de países das Américas dentro do mesmo torneio. Em quantidade de duplas não, visto que há torneios nos Estados Unidos como o Cynosports e o US Open que chegam a reunir mais de 1000 cães por edição.

De qualquer forma, na minha opinião o A&C é o mais importante torneio das Américas e teria condições de se tornar um dos torneios mais importantes do mundo. Vou falar um pouco mais sobre isso abaixo.

Os americanos aos poucos começam a olhar de outra forma para o A&C, principalmente para condutores que vão ao Europeu e ao Mundial que enxergam o A&C talvez como uma preparação e oportunidade para competir com os juízes que estarão julgando o Mundial.

Mas na teoria o A&C não existe oficialmente para os americanos. E isso é devido ao fato que nenhuma federação de agility nos Estados Unidos reconhece o torneio. Você pode entrar agora mesmo nos site da AKC, USDAA ou UKI e não há absolutamente nada sobre o torneio. Não há informações, data de prova, formulário de inscrições, absolutamente nada.

Essa função de “organizador” do time que vai ao A&C caiu no colo de uma das condutoras americanas mais conhecidas pelo pessoal da América do Sul (não há necessidade aqui de citar seu nome). Por vários anos ela vêm competindo anualmente no A&C e conhece como ninguém nos Estados Unidos esse torneio. Cabe a ela receber as inscrições de quem está interessado em ir, organizar uniformes e escolher o time para o torneio oficial.

Em 2015, no Américas & Caribe no Brasil, a equipe americana foi recorde. Levando um número de condutores nunca antes visto. Humildemente eu pego um pouco dessa responsabilidade pois naquela época fiz uma campanha gigantesca por aqui para levar mais e mais competidores. Acabamos levando vários amigos para competir no Brasil. Naquela oportunidade acabei "beliscando" dois pódios com Jack Bauer

Acho que passa a ser uma questão de tempo até que alguma Federação americana comece a reconhecer o valor desse torneio e assuma a responsabilidade por ele, tirando isso das costas de uma única pessoa. Se isso acontecesse, os Estados Unidos poderiam levar mais e mais duplas e o A&C se tornaria mais popular por aqui. A escolha lógica seria a AKC assumir essa responsabilidade por se tratar da Federação americana ligada a FCI, mas eu duvido muito que a AKC assuma isso. Talvez a UKI possa fazer o mesmo e seguir o exemplo do que fez com o WAO, que era um torneio sem reconhecimento na América e que depois da UKI assumir a responsabilidade pelo time se tornou um dos torneios com as vagas mais disputadas pelos americanos.


Quanto ao A&C em questão, como disse anteriormente, poderia se tornar um dos torneios mais importantes do mundo, talvez com um patrocinador forte e oferecendo pistas simultâneas poderia trazer mais competidores da Europa. As maiores reclamações que ouvi de amigos americanos que foram a alguns A&C é com relação a longa espera até chegar a sua vez de correr suas pistas. São longos dias. Eu não estava no Peru anos atrás mas alguns amigos me disseram que eram longas horas esperando para se fazer duas pistas. Isso faz com que algumas pessoas não voltem. Talvez organizar um calendário de provas onde minis e midis correm pela manhã e Standards a tarde. Ou mesmo um dia só com Standard e outro só com Mini-midis, enfim difícil de bate-pronto pensar em uma situação enquanto escrevo esse texto.  

De qualquer forma a América do Sul é um ponto turístico forte para Europeus e Norte-Americanos e esse fato por si só ja pode ser um baita atrativo quando provas são realizadas em pontos turísticos e os condutores têm algumas horas para conhecer a cidade e não ficar em uma prova das 8 da manha as 9 da noite.  

E quem sabe no ano que vem não estaremos no Chile? ...por falar nisso, alguém tem informações sobre o Américas & Caribe do ano que vem?