Pontos corridos
ou mata-mata? Essa questão é sempre polêmica no futebol. Afinal um torneio por
pontos corridos premia o melhor? O mata-mata é mais emocionante?
Essa semana
estava pensando sobre os torneios nacionais de agility no Brasil e nos Estados
Unidos. Às vésperas de mais um US Open e de mais um Cynosports que acontecem
nas próximas semanas, agilitistas nos Estados Unidos não falam em outra coisa. Todo
o foco do agility nacional está ligado nas cidades de Scottsdale no Arizona e
Perry na Geórgia para “a bola rolar” nos dois torneios nacionais mais
importantes do país.
Duplas se preparando,
estudando pistas, conferindo as reservas em hoteis, preparando as malas para o
embarque nos aeroportos ao redor do país ou trocando o óleo do carro para
algumas horas de estrada. Nas próximas semanas milhares de Agilitistas
colocarão o foco e a preparação de um ano todo nas duas cidades acima citadas.
E aqui
começa minha opinião pessoal.
Enquanto
nos Estados Unidos, as marcas Cynosports e US Open agregam valor as suas
federações fazendo com que todos os agilitistas se voltem as competições
nacionais, e as federações fazem grana com merchandise (camisas, canecas, guias
e outros produtos), no Brasil ainda existe a formula de campeonato brasileiro
de tiro longo onde não se consegue agregar valor ao torneio.
No meu
tempo competindo no Brasil, torneios nacionais chegaram a ter inumeras etapas
separadas por meses entre a primeira e a última. Competidores que começavam o
torneio no Grau 1, terminavam no Grau 2 ou 3, rankiando em dois ou três graus
diferentes. É difícil agregar valor em um torneio assim. Garimpar pontos ao
longo de meses não sabendo em qual Grau você terminará o torneio depois de 10
meses faz competidores desanimar.
O sistema
de torneios nacionais nos Estados Unidos, faz com que Cynosports ou o próprio
US Open sejam grandes eventos anuais onde competidores trabalham o ano inteiro
e criando a expectiva de poder estar dentro de um torneio super importante.
Além disso dá iguais condições de todos vencerem, afinal é um torneio de
tiro-curto em 4 ou 5 dias onde mesmo os maiores favoritos podem ser
surpreendidos com uma barra que cai ou uma falta de zona de contato.
Existe um
fator cultural no Agility assim como em tudo ao nosso redor. Nós, brasileiros,
fomos criados dentro de um Agility com esse sistema e para nós um sistema
diferente pode parecer estranho. Esperar um ano inteiro para disputar um
torneio nacional??? Pode parecer nada atrativo. Mas, por experiência própria eu
posso dizer que disputar um torneio como esses é a grande espera do ano
inteiro. E para a maioria dos competidores que não vão a torneios
internacionais por falta de recursos ou por uma decisão pessoal (o que é o
exemplo de muitos americanos), competir ou até mesmo chegar ao TOP 10 em um
torneio com 1000 cães pode ser o momento mais espetacular em sua carreira
agilitística.
Agregar
valor e fazer dinheiro com Agility não é algo ruim, se feito da maneira
correta.
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