sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Torneios Nacionais: agregando valor

Pontos corridos ou mata-mata? Essa questão é sempre polêmica no futebol. Afinal um torneio por pontos corridos premia o melhor? O mata-mata é mais emocionante?



Essa semana estava pensando sobre os torneios nacionais de agility no Brasil e nos Estados Unidos. Às vésperas de mais um US Open e de mais um Cynosports que acontecem nas próximas semanas, agilitistas nos Estados Unidos não falam em outra coisa. Todo o foco do agility nacional está ligado nas cidades de Scottsdale no Arizona e Perry na Geórgia para “a bola rolar” nos dois torneios nacionais mais importantes do país.

Duplas se preparando, estudando pistas, conferindo as reservas em hoteis, preparando as malas para o embarque nos aeroportos ao redor do país ou trocando o óleo do carro para algumas horas de estrada. Nas próximas semanas milhares de Agilitistas colocarão o foco e a preparação de um ano todo nas duas cidades acima citadas.

E aqui começa minha opinião pessoal.

Enquanto nos Estados Unidos, as marcas Cynosports e US Open agregam valor as suas federações fazendo com que todos os agilitistas se voltem as competições nacionais, e as federações fazem grana com merchandise (camisas, canecas, guias e outros produtos), no Brasil ainda existe a formula de campeonato brasileiro de tiro longo onde não se consegue agregar valor ao torneio.

No meu tempo competindo no Brasil, torneios nacionais chegaram a ter inumeras etapas separadas por meses entre a primeira e a última. Competidores que começavam o torneio no Grau 1, terminavam no Grau 2 ou 3, rankiando em dois ou três graus diferentes. É difícil agregar valor em um torneio assim. Garimpar pontos ao longo de meses não sabendo em qual Grau você terminará o torneio depois de 10 meses faz competidores desanimar.

O sistema de torneios nacionais nos Estados Unidos, faz com que Cynosports ou o próprio US Open sejam grandes eventos anuais onde competidores trabalham o ano inteiro e criando a expectiva de poder estar dentro de um torneio super importante. Além disso dá iguais condições de todos vencerem, afinal é um torneio de tiro-curto em 4 ou 5 dias onde mesmo os maiores favoritos podem ser surpreendidos com uma barra que cai ou uma falta de zona de contato.

Existe um fator cultural no Agility assim como em tudo ao nosso redor. Nós, brasileiros, fomos criados dentro de um Agility com esse sistema e para nós um sistema diferente pode parecer estranho. Esperar um ano inteiro para disputar um torneio nacional??? Pode parecer nada atrativo. Mas, por experiência própria eu posso dizer que disputar um torneio como esses é a grande espera do ano inteiro. E para a maioria dos competidores que não vão a torneios internacionais por falta de recursos ou por uma decisão pessoal (o que é o exemplo de muitos americanos), competir ou até mesmo chegar ao TOP 10 em um torneio com 1000 cães pode ser o momento mais espetacular em sua carreira agilitística.

Agregar valor e fazer dinheiro com Agility não é algo ruim, se feito da maneira correta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário