quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Por que (a maioria) dos americanos não querem competir fora do país?

Não há dúvidas de que ter a oportunidade de competir em um torneio internacional representando o seu país é algo inesquecível. Desfilar com a bandeira e representar a sua nação é uma honra e nos faz sentir que estamos ali por algo maior. Mas sabe-se que nos Estados Unidos apenas 5% do total dos competidores tem esse sonho. Por que?


Antes de mais nada é preciso dizer que mesmo 5% sendo um percentual muito pequeno, dentro de um universo de aproximadamente 30 ou 40 mil pessoas que oficialmente estão praticando Agility nos Estados Unidos é algo significativo porque estamos falando em média de 1500 a 2000 pessoas que possivelmente podem estar pensando em vagas para torneios internacionais. Portando não são poucas pessoas, mas sim, percentualmente o número é bem pequeno.

Estando no US Open dias atrás e conversando com várias pessoas (algumas delas bons condutores com bons cães), a resposta “não” quando a pergunta era: “Você vai ir para as seletivas do Europeu ou Mundial? Ou mesmo WAO?” foi muito mais comum do que a resposta “SIM”.

Não é muito difícil de se entender a resposta negativa. Afinal, estando em um país como os Estados Unidos onde torneios gigantescos como o próprio US Open, Cynosports, Tittlemania, Invitational, entre outros oferecem tudo o que um competidor pode esperar (infra-estrutura, organização, e uma infinidade de classes), os competidores acabam encontrando tudo o que precisam dentro de seu próprio país. Também é preciso lembrar que sendo os Estados Unidos um país continental, condutores viajam e atravessam vários Estados por terra ou ar visitando pontos turísticos e diferentes culturas sem mesmo precisar se preocupar com vistos, documentos de viagens, transportes de cães entre outras burocracias que uma viagem internacional requer.

E é claro que existe o fenômeno cultural, que como eu sempre digo, cultura não se discute. Os americanos esportivamente falando criam seu próprio universo com suas próprias regras, o que é muito comum em um país gigante e culturalmente tão diverso. Visitar diferentes Estados americanos é muitas vezes como entrar em uma país diferente com suas próprias culturas e tradições, muito parecido (em alguns pontos) com o Brasil.

No Brasil, eu acredito que o fato de se valorizar tanto o Mundial é o fato de nao haver outro torneio importante para se focar. O Campeonato Brasileiro de Agility dividido em multiplas etapas que se arrastam por todo o ano não agrega valor ao torneio e não tem o mesmo efeito de importância para os competidores, sendo apenas mais uma etapa, e outra, e outra...

O Américas & Caribe poderia (e ainda pode) ser um torneio para os brasileiros focarem e terem a possibilidade de vestirem a camisa do país, principalmente contando com a presença de juízes importantes. Outros torneios sensacionais que acontecem na Europa como o WAO, o Border Collie Classics e mesmo o Europeu parecem que custam a cair nas graças dos brasileiros que ainda pensam o ano inteiro M-U-N-D-I-A-L.

Enfim, o importante é ser feliz dentro do esporte em que se pratica. Competindo fora ou dentro do seu país e alcançando as metas que cada um se coloca a si mesmo.



Nenhum comentário:

Postar um comentário