terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Provas e provas: 13 agora, 23 em 2014!

Oficialmente acabou o Agility esse ano para mim. Depois da prova da USDAA disputada em Jacksonville no último final de semana, agility agora só em 2017 e vai começar com o Regional da UKI que eu vou julgar. Ainda em Janeiro tenho uma prova da USDAA para disputar. Essa é minha programação para Janeiro.

Esse ano de 2016 foram 13 provas disputadas, 5 da UKI, 5 da USDAA e 3 da AKC. Se você acha muito pode esquecer porque eu competi muito pouco esse ano. Uma média de 1 prova por mês.

Para que vocês tenham idéia, no ano de 2013 (meu primeiro ano na América) foram 19 provas. Isso considerando que foram em 8 meses, porque eu me mudei para cá em Abril. Uma média de mais de 2 provas por mês. No ano seguinte, 2014, foram absurdas 23 provas o ano todo, seguindo a média de 2 provas por mês.

Depois disso houve uma queda absurda na minha participação, com 16 provas em 2015 e as 13 agora em 2016.


O calendário é insano por aqui e a oferta de provas é absurda. AKC, USDAA e UKI é só escolher e ir. Mas, depois de um tempo você aprende a ser seletivo e escolher boas provas para competir. Não apenas boas provas, mas provas fundamentais que você precisa competir para ganhar qualificações para Regionais e Nacionais. Ser seletivo é fundamental, você acaba aprendendo que não é a quantidade e sim a qualidade, ou seja, conhecer os clubes que oferecem boas provas, com bons locais e bons juizes. 

sábado, 10 de dezembro de 2016

Arena em Jacksonville, Flórida

Jacksonville na Flórida é a maior cidade do Estado. Localizada na divisa com a Geórgia é a cidade com a maior população do Estado a frente de Miami, Tallahassee (a capital), Tampa e Orlando. Mesmo eu já tendo passado por aqui anteriormente (é caminho para quem vai a toda costa leste do país), eu nunca havia entrado na cidade, ou mesmo competido por aqui.

Nesse final de semana estamos competindo em uma prova local da USDAA por aqui, e o que me atraiu para essa prova foi o local. A cidade sediará o US Open de 2017, um dos maiores torneios de Agility do país que eu terei a honra de estar julgando no ano que vem. E exatamente no Jacksonville Equestrian Center onde estamos competindo nesse final de semana é que o US Open vai rolar.

Localizado a cerca de 3 horas de Orlando o local é sensacional! Fora da arena os competidores contam com uma área livre mostruosa onde as pessoas podem usufruir como estacionamento, area de camping, e uma área verde muito confortável para se desfrutar com os cães. A temperatura é bem confortável essa época do ano (até um friozinho bem bacana) e muitos competidores utilizam os próprios carros para acomodar os cães nas caixas de transportes.

Dentro da arena, temperatura climatizada que mantem os competidores sempre confortáveis nem com frio nem com calor. Muitas arquibancadas, auto-falantes, serviço de DJ, e lanchonetes. A superfície da arena é de areia sempre bem preparada por tratores para manter o piso não muito fofo.
E aí, algum brasileiro vindo para o US Open 2017???
Abaixo algumas fotos do local
 





terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Destrinchando o regulamento: parte 1

Falar sobre o sistema e regulamento do Agility na América pode resultar em um post longo e mesmo assim alguma informação vai faltar. Isso porque aqui temos 3 federações de agility diferentes e cada uma tem suas características. Mas falando de forma geral são bem parecidas. Aqui vou descrever de forma geral como o Agility americano funciona.

Níveis (ou Graus)
São as chamadas classes regulares. Aquelas onde você começa nos Iniciantes e vai subindo até o nível mais alto, competindo em pistas de Agility ou Jumping. Uma curiosidade é que AKC e USDAA chamam a pista de Agility de “Standard”. O que para o Agility brasileiro é a nomenclatura de uma altura de saltos, nos Estados Unidos é a nomenclatura para a pista de Agility.

AKC e UKI oferecem 4 graus. USDAA oferece apenas três

USDAA: Starters / Advanced / Master
UKI: Beginners / Novice / Senior / Champion
AKC: Novice / Open / Excellent / Master

Para se subir de grau é necessário um número de Excelentes Zerados, ou como eles dizem aqui um número de “Q” (pronuncia “quiu”), abreviação de QUALIFY.
Não existem combinados zerados para se subir de grau. Ou seja, um cão vai subindo de grau nas pistas de Agility ou Jumping separadamente. Por exemplo, quando você consegue 3 Excelentes Zerados na pista de Agility você sobe de grau no Agility, mas não no jumping, e vice-versa. É muito comum o mesmo cão competir em graus diferentes na pista de Agility e na pista de Jumping. O objetivo é unificar os resultados e chegar ao grau mais alto nas duas pistas.

Não existem pódios, premiações ou resultados combinados. O objetivo aqui é chegar ao grau mais alto ganhando experiência através dos diferentes níveis de dificuldades. Não existem rankings, pontos ou campeonatos por etapas. As provas (mesmo as locais) são únicas. Quando a dupla chega ao grau mais alto começa a competir para conseguir qualificações para provas Regionais, Nacionais e Seletivas para torneios internacionais. Além disso, as Federações premiam as duplas por “Conquistas durante a vida” ou “Life Achievement”, isso significa que duplas que conseguem um número de Excelentes Zerados no grau mais alto são premiados com placas comemorativas ou barras comemorativas.
Barras Comemorativas

Todos os cães que iniciam no esporte necessitam obrigatoriamente competir nos Iniciantes, mesmo que o condutor seja muito experiente. A única excessão são as classes Tournaments que eu explico a seguir.

Tournaments (ou torneios)
Os torneios são classes oferecidas a parte das classes regulares.

AKC: Premier classes
USDAA: Master Challenge, Steeplechase
UKI: Master Series, Speedstakes

Os torneios são abertos a todos os cães e condutores, de qualquer grau. Desde Iniciantes até os cães mais experientes podem se inscrever e competir na mesma classe. Isso tem um resultado muito interessante onde vez ou outra cães de graus mais baixos conseguem bater cães muito mais experientes.  

As classes premier da AKC, Master Challenge da USDAA e Master Series da UKI são as mais desafiadoras pistas de cada federação. O nível de dificuldade é complexo e o resultado é combinado entre as pistas de Agility e Jumping.

As classes Steeplechase da USDAA e Speedstakes da UKI são as pistas de velocidade. Com percursos abertos mas ao mesmo tempo com desafios complexos, os percursos precisam exigir dos cães e condutores habilidades para vencer desafios em altissima velocidade.

São essas as classes onde as duplas competem em torneios Regionais e Nacionais, sagrando-se Campeões Regionais ou Nacionais.

Em torneios Regionais e Nacionais existem pódios, medalhas e em alguns casos troféus aos vencedores. A USDAA premia os vencedores do Steeplechase em dinheiro, mesmo em provas locais. A UKI premia os vencedores do Master Series em dinheiro mesmo em provas locais. A quantidade de dinheiro depende da quantidade de cães competindo naquela classe, naquela prova. Enquanto algumas provas locais pagam bem pouco para os vencedores (em torno de 20 a 40 dolares), provas nacionais como o Cynosports e o US Open premiam com valores bem mais altos. Os campeões do Steeplechase no Cynosports dividem um prêmio de 10 mil dólares.

Games
Os games assim como as classes regulares têm diferentes níveis de dificuldades e você precisa ir subindo de grau. Portanto não vou perder muito tempo com isso aqui. Se você quiser saber mais sobre os Games de Agility na América basta clicar no link "Games" ao lado na tela principal do blog.

Anuidades
Nenhuma federação cobra anuidade, mas sim uma taxa de afiliação. Você paga 25 dólares para se afiliar e depois disso nada mais.


Eu vou escrever um outro post em breve sobre como as provas são organizadas e quais são as responsabilidades dos clubes e das federações.

Preconceito contra iniciantes: pura estupidez

Han Solo: Futuro Iniciante
Dois minutos atrás vi um post no Blog do Fabi sobre condutores Grau 3 conduzindo cães nos Iniciantes e sobre algumas pessoas com preconceito para com isso. O post tá aqui: clique aqui

A critério de informação, aqui na América TODO CONDUTOR QUE INICIA UM NOVO CÃO vai direto pro Iniciantes. Nem tem essa de ir direto pro Grau 1. E tem mais, se não fizer os Excelentes Zerados que precisa para subir de grau fica lá nos Iniciantes mesmo até conseguir. Por falar nisso, lá vou eu competir nos Iniciantes daqui um tempo com o meu novo dog.

Ter preconceito contra iniciantes é a maior estupidez que eu posso imaginar em um esporte. Primeiro porque essas pessoas provavelmente esquecem que um dia começaram, que um dia eram iniciantes e segundo porque Iniciantes são os experientes condutores de amanhã e aqueles que terão a responsabilidade de continuar e divulgar o esporte. Nenhum esporte é propriedade de ninguém. Nós apenas somos passageiros em um trem que vai continuar mesmo sem a gente.

Tem algumas coisas básicas que o Agility no Brasil precisaria mudar, mas deixa eu ficar quieto porque calado eu to errado.



2017: sem UKI ou AKC, será estranho!

Com o fim dos torneios nacionais nos meses de Outubro (Cynosports) e Novembro (US Open) e as seletivas do Europeu em Dezembro, tudo agora volta a estaca zero e a nova temporada começa.

É a data de corte para as Federações. USDAA em outubro, UKI em Novembro e AKC em Dezembro. Isso significa que todos os Excelentes Zerados, pontos e qualificações para Regionais, Nacionais e Seletivas são zerados e a busca por vagas nos torneios mais importantes de 2017 começa.

Para nós a temporada vai começar nesse final de semana na cidade de Jacksonville, a cerca de 3 horas norte de Orlando com uma prova local da USDAA.

O ano de 2017 vai ser diferente para nós. Comigo julgando os dois torneios mais importantes da UKI, o Regional Sudeste em janeiro e o US Open em Novembro, praticamente ficamos fora de brigar por qualquer vaga nesses torneios. Fica praticamente “sem função” competir pela UKI quando não poderei usar meus pontos e EZ’s para ir a torneios Regionais e para o US Open. Não estou reclamando. Para minha carreira de juiz, 2017 será o ano mais importante da minha vida e isso é algo que vale o preço a ser pago.

Pela AKC provavelmente não competirei ano que vem. Com Jack Bauer fora da categoria 24 polegadas (60cm) e competindo agora no 20 polegadas (50cm) também não estaremos lutando por vagas em nenhuma seletivas, o que torna as provas da AKC também completamente “sem função”.

O que nos resta como competidores é a USDAA, começando a temporada nesse final de semana em Jacksonville, a meta para 2017 é se classificar para o Cynosports que vai acontecer no Tennessee, cerca de 10 horas de carro de casa. Competi apenas uma vez por esse nacional e com apenas um cão. Vamos ver se consigo colocar Jack Bauer e Brown para correr o Cynosports ano que vem. Além disso, não apenas competir pelo Regional Sudeste, mas tentar ir para pelo menos dois regionais, talvez três seria interessante para tapar o buraco de não estar competindo no US Open ano que vem.


Um ano diferente, que venha 2017! 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

AKC Invitational: o torneio de Agility das raças!

Na próxima semana acontece o AKC Invitational na cidade de Orlando. Será o último ano do torneio em Orlando fechando um contrato de 4 anos com o Orange Convention Center onde o torneio acontece desde 2013.

O Invitational aceita competidores de outros países, mas se você é um competidor do Brasil, acredite, você não quer investir sua grana nesse torneio. Mas o que é o Invitational? E quais os prós e contras do torneio?

Eu estive presente em duas oportunidades, em 2013 e 2014 e conheço bem o torneio. O Invitational é um torneio nacional da AKC mas não é o mais importante torneio nacional dessa federação. O AKC Nationals é o torneio anual mais importante da AKC e o Invitational é o torneio das raças.

Pelo regulamento do torneio, apenas os 5 melhores cães de cada raça participam do certame. Para se determinar o melhor de cada raça soma-se por todo o ano os pontos que os cães fazem nos torneios locais da AKC, o que por sua vez já traz uma certa revolta por parte de alguns competidores. Na verdade o torneio acaba trazendo quem compete mais pela AKC e não os melhores. Ou seja, se você fizer uma prova da AKC por mês e vencer ainda assim não fará a mesma quantidade de pontos de outra pessoa que competir 3 finais de semana mesmo nao vencendo. Na verdade acaba se classificando para o Invitational os 5 cães de cada raça que mais competiram no ano, e não os melhores. A parte bacana desse torneio é a variedade de raças. São dezenas e dezenas de raças diferentes.

Outra situação um tanto quanto complicada de entender é o metódo de qualificação para as finais. Todos os competidores correm em 4 pistas e os 10 melhores no combinado das 4 pistas vão disputar a pista final. Até aí, tudo bem, porém classificam para as finais apenas um exemplar de cada raça. Veja como esse sistema é complicado. Na categoria 60cm digamos que os 5 primeiros colocados sejam os Border Collies (o que não é raro de acontecer). Apenas o melhor Border Collie vai a final, e as outras 9 vagas são dadas as outras raças como se segue na classificação final do Combinado. Esse método, privilegia as raças, ou seja, teremos 10 diferentes raças nas finais. Mas raramente alguém bate aquele cão que terminou na primeira colocação no combinado das 4 pistas.

Foi exatamente o que aconteceu comigo em 2013 quando após as 4 pistas eu terminei na terceira colocação em um universo de mais de 200 cães, porém com dois Border Collies a minha frente em primeiro e segundo, não fomos a final. Naquele momento, cães que terminaram em posições muito piores (porém de outras raças) foram a final.

Existe, uma excessão para cães estrangeiros. Existe uma vaga entre os 10 primeiros que é dada para uma dupla que não é dos Estados Unidos, porém apenas uma. Em 2013, quando terminei em terceiro lugar, o primeiro colocado se classificou direto a final e o segundo colocado era um Border Collie do Canadá que acabou pegando a vaga para o estrangeiro nos empurrando para fora da final.

Outro fator que vai fazer os brasileiros não curtirem esse torneio são as pistas. Bem as estilo da AKC, abertas e com pouquissimos desafios, os brasileiros vão se sentir competindo em pistas iniciantes da FCI.
Outro ponto positivo sobre esse torneio são os premios em dinheiro. Em 2013 minha terceira colocação me rendeu um prêmio de 700 dólares. Em 2014, mesmo com duas eliminações acabei embolsando 120 dolares pelas outras duas pistas.

Como dito anteriormente, o AKC Invitational acontece na próxima semana em Orlando e para o próximo ano volta a costa oeste dos Estados Unidos.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Julgando o Regional da UKI: Premium divulgado!

Antes de julgar o US Open de 2017, que com certeza será o maior torneio que eu já julguei na minha vida, tem um outro grande desafio à frente, julgar o Regional da UKI.

Divulgado alguns meses atrás a UKI começará a oferecer torneios regionais, assim como a USDAA faz, separando o país por regiões ou conferências. Nomeados de UKI CUP, cinco regionais acontecerão em 2017 e o primeiro (da história!) será na Flórida, e eu serei o juiz.

É uma baita responsabilidade porque com certeza competidores de toda a costa leste virão para participar. Até agora, será o meu maior desafio e um aperitivo do que será o US Open de 2017.

O premium foi divulgado hoje (01/12/2016). Para quem não sabe o que é um premium trata-se de um documento obrigatório a todos os torneios (mesmo regionais). Nele os competidores podem encontrar todas as informações básicas da prova como horario, ordem das classes, informações sobre inscritos e ainda locais com hotéis e até veterinários de emergência na região.

Para quem tiver curiosidade, deixo o link abaixo do premium da UKI Cup de Janeiro na Flórida que eu estarei julgado. CLIQUE AQUI PARA VER O PREMIUM DA UKI CUP


Começar a preparar as pistas e encarar esse desafio.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Os "gigantes" Border Collies americanos!

Existem basicamente 3 tamanhos de Border Collies nos Estados Unidos, os pequenos ou mini Border Collies, os médios e os de tamanho tradicional por aqui. E eles são grandes!

Filhote gigante! 10 meses e maior que Jack Bauer
Jack Bauer e Brown meus dois Border Collies são pequenos anões quando comparados com os tradicionais Border Collies americanos. Para se ter uma idéia, estou com um filhote de 10 meses de idade, nascido nos Estados Unidos e de pais e avós americanos. Aos 10 meses de idade ele já é mais alto do que Jack Bauer e Brown.

Os mini Border Collies competem por aqui na classe 16 polegadas (40cm), os médios normalmente competem na classe 20 polegadas (50cm) e os de tamanho tradicional na classe 24 polegadas (60cm).

Desde quando me mudei sempre competi na classe 24 polegadas e sempre (SEMPRE!!!) meus cães foram os tampinhas do grupo. É muito difícil competir contra cães tão maiores. Com passadas mais largas e mais força muscular eles já têm uma vantagem física natural. É como eu com meus 1.66 metros de altura tentando jogar basquete contra pessoas de mais de 2 metros de altura.

Em 2015 coloquei Brown na categoria 20 polegadas e o moleque começou a voar, tento a possibilidade de competir contra cães da mesma altura (muito deles Border Collies). Jack Bauer mesmo com a inferioridade de altura conseguiu resultados importantes com pódios em torneios Regionais e Nacionais.

No último US Open a nona posição de Jack Bauer em uma classe com mais de 200 cães foi extraordinária, mas chega a hora de começar a poupá-lo. Chegando aos 8 anos de idade em 2017 Jack Bauer começará a competir na mesma altura que Brown, a 20 polegadas.

O único ponto negativo é que ele passa a não ser mais elegível para competir por vagas em nenhum torneio internacional. Mas, como minha meta não é mais essa com ele eu nem estou preocupado com isso. Em 2017 temos Cynosports, dois Regionais e muita estrada pela frente. Quem sabe com o “gigante filhote” em mais alguns anos. 

Por que (a maioria) dos americanos não querem competir fora do país?

Não há dúvidas de que ter a oportunidade de competir em um torneio internacional representando o seu país é algo inesquecível. Desfilar com a bandeira e representar a sua nação é uma honra e nos faz sentir que estamos ali por algo maior. Mas sabe-se que nos Estados Unidos apenas 5% do total dos competidores tem esse sonho. Por que?


Antes de mais nada é preciso dizer que mesmo 5% sendo um percentual muito pequeno, dentro de um universo de aproximadamente 30 ou 40 mil pessoas que oficialmente estão praticando Agility nos Estados Unidos é algo significativo porque estamos falando em média de 1500 a 2000 pessoas que possivelmente podem estar pensando em vagas para torneios internacionais. Portando não são poucas pessoas, mas sim, percentualmente o número é bem pequeno.

Estando no US Open dias atrás e conversando com várias pessoas (algumas delas bons condutores com bons cães), a resposta “não” quando a pergunta era: “Você vai ir para as seletivas do Europeu ou Mundial? Ou mesmo WAO?” foi muito mais comum do que a resposta “SIM”.

Não é muito difícil de se entender a resposta negativa. Afinal, estando em um país como os Estados Unidos onde torneios gigantescos como o próprio US Open, Cynosports, Tittlemania, Invitational, entre outros oferecem tudo o que um competidor pode esperar (infra-estrutura, organização, e uma infinidade de classes), os competidores acabam encontrando tudo o que precisam dentro de seu próprio país. Também é preciso lembrar que sendo os Estados Unidos um país continental, condutores viajam e atravessam vários Estados por terra ou ar visitando pontos turísticos e diferentes culturas sem mesmo precisar se preocupar com vistos, documentos de viagens, transportes de cães entre outras burocracias que uma viagem internacional requer.

E é claro que existe o fenômeno cultural, que como eu sempre digo, cultura não se discute. Os americanos esportivamente falando criam seu próprio universo com suas próprias regras, o que é muito comum em um país gigante e culturalmente tão diverso. Visitar diferentes Estados americanos é muitas vezes como entrar em uma país diferente com suas próprias culturas e tradições, muito parecido (em alguns pontos) com o Brasil.

No Brasil, eu acredito que o fato de se valorizar tanto o Mundial é o fato de nao haver outro torneio importante para se focar. O Campeonato Brasileiro de Agility dividido em multiplas etapas que se arrastam por todo o ano não agrega valor ao torneio e não tem o mesmo efeito de importância para os competidores, sendo apenas mais uma etapa, e outra, e outra...

O Américas & Caribe poderia (e ainda pode) ser um torneio para os brasileiros focarem e terem a possibilidade de vestirem a camisa do país, principalmente contando com a presença de juízes importantes. Outros torneios sensacionais que acontecem na Europa como o WAO, o Border Collie Classics e mesmo o Europeu parecem que custam a cair nas graças dos brasileiros que ainda pensam o ano inteiro M-U-N-D-I-A-L.

Enfim, o importante é ser feliz dentro do esporte em que se pratica. Competindo fora ou dentro do seu país e alcançando as metas que cada um se coloca a si mesmo.



terça-feira, 22 de novembro de 2016

Agility e sua histórias incríveis...e malucas

Eu já tinha ouvido essa história antes em uma outra prova. Até então tida como um mito, foi confirmada por alguém que me disse ter convivido com ela por um longo tempo.

Reza a lenda que uma senhora criadora de Australian Sheppards em meados do início dos anos 2000 esteve presente em um Cynosports levando 11 cães e competindo com todos eles.

Segundo fontes essa condutora teria entrado em pista mais de 50 vezes em um único dia. Se você está se perguntando como é possível, eu te explico. No torneio por equipes no Cynosports, cada equipe compete em 5 diferentes categorias (Agility, Jumping, Snooker, Relay e Gamblers). Das 13 equipes inscritas para o torneio naquele ano, essa senhora competiu em 11 deles (cada um com um cão diferente), tendo feito portanto 5 pistas com cada cão, totalizando a marca de 55 percursos em um mesmo dia.

Dentre todas as classes que ele teria participado durante os 4 dias do torneio ela haveria gasto mais de 2 mil dólares em inscrições. Fazendo uma conta rápida com as inscrições por equipes ela teria gasto mais de 900 dólares para um dia de provas.


Mito ou não, acho que temos uma recordista na história do Agility. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

US Open: os brasileiros poderiam vir

Essa edição do Us Open contou pela primeira vez com a participação de outros 4 países, além dos anfitriões norte-americanos. Duplas do Canadá, Suiça, Inglaterra e Rússia vieram para participar do torneio.


Como o próprio nome diz, o torneio é aberto (Open) a todos que quiserem participar. Basta pagar a inscrição e uma taxa de 25 dólares para se filiar a UKI. Taxa única, não há anuidades nem para nós que competimos na Federação o ano inteiro.

O torneio oferece várias classes abertas aos competidores que podem escolher onde querem competir. Biatlhon, Master Series, National, Games e Speedstakes tornam o leque de escolhas bem abrangentes e pode levar a um competidor correr até 14 pistas em 4 dias, caso ele participe de tudo. As inscrições são pagas por classe. Ou seja, você paga apenas onde está competindo.

A única desvantagem para os estrangeiros é que eles precisam passar pelas fases classificatórias nos dois primeiros dias para se classificar para as finais nos dois últimos dias. Alguns classes são fáceis de classificar, zerando uma pista ou terminando sem eliminar. Mas para classes como Master Series e Nationals a coisa é um pouco mais complicada e obrigam os competidores a vencer as qualificatórias (Master Series)  ou ficar entre o Top 8 no caso do Nationals. Na pior hipótese, se um competidor for eliminado em tudo participará dos dois primeiros dias e vai assistir de camarote todas as outras finais,

Para os brasileiros a maior inconveniencia é o visto. Diferente da Europa, para se entrar nos Estados Unidos é preciso visto (o de turista já serve) o que obriga os competidores a juntar documentos e visitar o consulado americano em seu Estado para pedir o desejado documento.


Enfim, seria muito bacana ver brasileiros competindo no US Open no ano que vem, especialmente porque será na Flórida a terra do Mickey Mouse. (e eu estarei julgando)

Pára tudo!!! Convidado para julgar o US OPEN 2017!

De todas as emoções que eu vivi no último final de semana, não dá para mentir e negar que ser convidado para julgar o US Open do ano que vem não foi a mais incrível.

É o ápice de uma carreira de juiz que se iniciou em 2014 de forma não muito segura em um pequeno torneio regional da UKI na Flórida, passou por outros torneios regionais por outros Estados americanos, teve um breve pico com o convite para julgar o primeiro torneio regional da UKI (a UKI CUP) no próximo janeiro e agora chega ao nível mais elevado com o convite para ser um dos 4 juízes de um dos maiores torneios nacionais do país.


Com esse convite, a visibilidade que os competidores terão comigo no próximo ano vai aumentar e muito. É provável que mais convites para julgar outras provas apareçam e muitos comecem a vasculhar minhas redes sociais em buscas dos meus percursos.

Se existe um ponto negativo nesse convite é o de não poder competir no US Open 2017 com meus cães. Mas, é um preço barato a ser pago quando eu penso no tamanho da honra que é julgar uma prova com os melhores do melhores. E quem sabe alguns brasileiros não venham? Afinal é um torneio aberto a estrangeiros também.

Por enquanto não dá pra saber quais percursos eu vou julgar. Nesse ano, todos os juízes julgaram desde as provas qualificatórias na Quinta e Sexta, até algumas finais no final de semana. Na verdade, cada juiz ficou encarregado de uma final (Master Series, Biathlon, Speedstakes e Games).


Enfim, ainda existe um ano para se preparar.

domingo, 20 de novembro de 2016

US Open 2016! Assim foi...

Que torneio! Que coisa absolutamente incrível ter a oportunidade de estar participando de um torneio como o US Open. Desde 2012 quando o torneio se iniciou evoluiu muito culminando no melhor, maior e mais bem organizado US Open da história. Com o perdão do trocadilho, mas a pontualidade britânica (para quem não sabe a UKI veio da Inglaterra) associada a capacidade americana de organizar um evento resultaram em 4 dias de um torneio onde só se ouvia elogios.

Superfície impecável, sendo renovada duas vezes por dia por dois tratores. Juízes que trouxeram pistas desafiadoras e ao mesmo tempo divertidas, uma pontualidade que chegava ao ponto do reconhecimento ser marcado para 9:23 e começar exatamente no horário marcado proporcionaram para as quase 700 duplas uma experiência inesquecível. Em 5 categorias diferentes (Master Series, Biathlon, Games, Speedstakes e Nationals), a UKI premiou os campeões nacionais.

Eu vivi altos e baixos.
Com Brown eu só tive alegrias. O pequeno marrom resnaceu na categoria 50cm e só esse ano pegou pódio no Regional Sudeste da USDAA e nesse US Open terminou o Master Series na quinta posição. Uma barra nos tirou o pódio, o que seria o segundo consecutivo pois em 2015 fomos vice-campeões nacionais. O que me anima nele é vê-lo correndo com tanta garra e com um drive sensacional. A possibilidade de competir com ele em uma altura mais baixa o transformou em um campeão competindo contra Border Collies e outras raças de sua mesma altura.

Jack Bauer virou minha preocupação de uns meses para cá. Com problemas para saltar 60cm e nao rendendo como antes, a 9ª posição em meio a tantos Border Collies sensacionais foi um resultado espetacular. Porém, já cai a ficha que ele não vai conseguir competir de igual com os gigantes Border Collies americanos. Vou escrever um post sobre isso em alguns dias, mas para que vocês tenham idéia Jack Bauer competindo no 60cm aqui nos Estados Unidos seria o mesmo do que eu (com meus 1.66 metros de altura) tentando jogar basquete na NBA contra jogadores de mais de dois metros de altura. É muito difícil. O que pode nos levar a começar a competir nos mesmo 50cm onde Brown vem competindo, abrindo mão de tentar qualquer vaga em torneios internacionais e ser feliz com os muitos torneios regionais e gigantes torneios nacionais que a América oferece.

E foi assim! O US Open em 2017 será na Flórida! Na cidade de Jacksonville, o que é uma notícia muito boa para nós moradores do Estado!

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Dá-lhe memória! Reconhecendo múltiplos percursos

US Open rolando no Estado da Geórgia e separei um tempo pra escrever.
O que você acha de reconhecer dois percursos antes de correr? E que tal quatro? Pois é, o sistema usado por torneios nacionais como o US Open e o Cynosports por aqui deixaria (assim com eu mesmo senti na pele pela primeira vez) muitos brasileiros perturbados com o estilo do reconhecimento.

São 4 pistas simultâneas para dar conta de tantos cães, nesse US Open aproximadamente 700 cães estão competindo. Além disso são muitas classes e por essa razão os condutores são separados por grupos (A,B,C e D). Enquanto o Grupo A está competindo no Agility na pista 1, o Grupo B está competindo no Jumping na pista 2, o Grupo C está competindo no Speedstakes (prova de velocidade) na pista 3 e o Grupo D está competindo em algum game na pista 4. Quando os 4 grupos terminam, os grupos rotacionam e o Grupo A vai a pista 2, o Grupo B vai a pista 3, o Grupo C vai a pista 4 e o Grupo D vem a pista 1. Essa rotação vai acontecendo até todos passem por todas as pistas.

A coisa começa a complicar quando é hora do reconhecimento. No Brasil é usado o sistema walk + run (reconhece + corre), o que significa que todos reconhecem uma pista e correm. Depois todos reconhecerm a segunda pista e correm, e assim vai. Nos Nacionais dos Estados Unidos é usado o sistema Walk + walk, Run + run (reconhece + reconhece, corre + corre). Isso significa que logo pela manhã todos reconhecem todas as pistas antes de correr. Lembra do sistema acima? Grupo A na pista 1, Grupo B na pista 2, Grupo C na pista 3 e Grupo D na pista 4? Depois rotacionando? Acontece o mesmo com o reconhecimento. Ou seja, os 4 grupos rotacionam todas as pistas, reconhecendo todos os percursos e depois correm todos. Nao há mais nenhum reconhecimento o dia topo.

É uma coisa louca porque os condutores precisam memorizar 4 pistas para só depois correr. Como alguns condutores dizem aqui, trata-se de um jogo mental e você precisa ter boa memória e se concentrar. Por outro lado, dá um dinamisno na prova absurdo porque não havendo mais reconhecimentos durante o dia a prova flui de forma incrível.


Enfim, mais algumas diferenças culturais entre os Agilitys brasileiro e americano.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

US Open 2016: tá na hora!

Amanhã encaramos mais uma vez a estrada para o nosso terceiro US Open. Nao será uma viagem longa, algo em torno de 350 milhas (ou 560Km), por volta de 5 horas de viagem. É perto considerando o quanto se precisa viajar para estar em competições importantes aqui nos Estados Unidos. Em duas semanas serão 16 horas até a Pennsylvania para as seletivass do Europeu.

O US Open é um dos maiores torneios dos Estados Unidos. É o torneio nacional da UKI e em média reúne entre 600 e 800 cães. Como disse anteriormente será a nossa terceira particpação.

2014
Viajamos até a Carolina do Norte para o nosso primeiro US Open e naquela oportunidade tudo era novo. Nosso primeiro nacional. Brown não competiu naquele ano, estávamos em um momento dificil de quase aposentadoria e foi depois daquele nacional que decidi começar a competir com Brown em uma classe com saltos mais baixo. Jack Bauer esteve presente e fechamos nosso primeiro US Open com um quinto lugar na classe Biatlhon, uma das classes mais importantes e por pouco fora do pódio.

2015
Foi um ano inesquecível para nós. Minha melhor participação em um torneio nacional nos Estados Unidos. Foi o primeiro nacional de Brown agora competindo na classes 20 polegadas (50cm) o que resultou em seu renascimento dentro do Agility e um inesquecível pódio pelo terceiro lugar no Biatlhon.
Jack Bauer também foi muito bem, e por pouco não faturou o título nacional. Terminamos com o melhor tempo combinado entre todos os competidores na classe 26 polegadas (65cm) porém uma falta no Jumping nos empurrou para o quinto lugar, coincidentemente a mesma posição de 2014.

2016
Para esse ano eu confesso que minhas espectativas não são tão altas. Brown está para se aposentar e não tem o mesmo pique e Jack Bauer não vem com o mesmo gás do ano passado. Ano que vem com certeza será seu ultimo ano na categoria 65cm.


Independente disso, tá na hora! Vamos que vamos correr algumas pistas, curtir esse torneio espetacular e encontrar com amigos do país inteiro.

domingo, 13 de novembro de 2016

USDAA: Tecnologia sendo usada no esporte

Esse é o segundo ano consecutivo que a USDAA usa tecnologia no Cynosports. O maior torneio do país que se encerrou nesse domingo 13/11 (e que infelizmente optei por não ir, em razão do US Open no próximo final de semana), contou novamente com a tecnologia como meio de ajuda aos juízes.

São câmeras estrategicamente colocadas apontando para as zonas de contato (apenas nas de saída e não nas de subida), no pneu e no salto em distância.

A checagem só é permitida se o juiz autorizar. O próprio juiz pode pedir o replay no caso dele mesmo ter alguma dúvida. O condutor também pode pedir o "desafio" e olhar a câmera mas apenas se o juiz autorizar. O juiz pode negar o pedido caso ele entenda que sua decisão foi 100% correta. 

Em caso do "desafio" aceito, dois outros juízes ficam o tempo todo analisando em tempo real os monitores e podem instantaneamente mostrar a imagem nos monitores para que o juiz confirme ou não a falta.

Esse sistema só é usado no Cynosports e por enquanto não está disponível para torneios locais e regionais.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Cynosports X US Open: a batalha dos nacionais

Viver em um país com múltiplas federações pode ser algo muito bom! Mais provas, mais oportunidades, um agility para todos. Mas eventualmente algumas rivalidades podem rachar o esporte. E a América vive o maior racha entre Federações em sua história.

O Cynosports, o torneio nacional da USDAA foi por muito tempo intocável. O maior e mais popular torneio nacional do país. Em média, 1000 cães de todos os lugares do país se encontram para competir em 5 pistas simultâneas em 5 dias de muito Agility.

Essa figura começou a mudar quando a UKI chegou por aqui e criou seu próprio campeonato nacional: o US Open. Desde 2014 o US Open ganhou um peso enorme no país e praticamente se igualou ao Cynosports.

Até aí tudo bem. O Cynosports sempre sendo realizado nos meses de Setembro ou Outubro e o US Open sempre acontecendo no mês de Novembro todos os anos. Mas desde o ano passado dezenas (para não dizer centenas) de competidores assiduos da USDAA começaram a pegar gosto pela UKI e o número de competidores em algumas provas locais da USDAA começou a cair. Ficou muito claro no começo desse ano quando duas das provas mais tradicionais da USDAA na Flórida na cidade de Winter Park tiveram suas inscrições diminuidas para quase a metade e a tradicional prova que sempre contou com dois juizes, teve apenas um juiz. Muitas duplas estavam no mesmo final de semana competindo em uma prova da UKI em outro local. Fato que ocorreu com algumas provas da USDAA ao redor do país.

A resposta veio forte e a USDAA transferiu o Cynosports para o mês de novembro, apenas uma semana antes do US Open e declarou guerra contra a UKI. Essa atitude vinda da USDAA (equivocada na minha opinião) dividiu os competidores. Com o Cynosports acontecendo nesse final de semana no Arizona e o US Open na próxima semana na Geórgia ficou inviável para 95% dos competidores competirem nos dois nacionais. Eu mesmo tive que optar. Voar (ou dirigir 30 horas) para o Arizona, competir 5 dias e depois voar (ou dirigir 20 horas) atravessando 7 Estados para competir no US Open é algo quase impossível para a maioria.  Sem contar que seriam 15 dias viajando, o que parece bem legal, mas tirar 15 dias de licença no trabalho aqui na América não é pra qualquer um. O resultado final dessa situação é provavelmente um menor numero de competidores nos dois Nacionais. A decisão da USDAA em mudar o Cynosports de data é um tiro em seu próprio pé.


Enfim, torcemos para que a USDAA mantenha o Cynosports em setembro ou outubro no ano que vem para que todos possam desfrutar dos dois nacionais.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Torneios Nacionais: agregando valor

Pontos corridos ou mata-mata? Essa questão é sempre polêmica no futebol. Afinal um torneio por pontos corridos premia o melhor? O mata-mata é mais emocionante?



Essa semana estava pensando sobre os torneios nacionais de agility no Brasil e nos Estados Unidos. Às vésperas de mais um US Open e de mais um Cynosports que acontecem nas próximas semanas, agilitistas nos Estados Unidos não falam em outra coisa. Todo o foco do agility nacional está ligado nas cidades de Scottsdale no Arizona e Perry na Geórgia para “a bola rolar” nos dois torneios nacionais mais importantes do país.

Duplas se preparando, estudando pistas, conferindo as reservas em hoteis, preparando as malas para o embarque nos aeroportos ao redor do país ou trocando o óleo do carro para algumas horas de estrada. Nas próximas semanas milhares de Agilitistas colocarão o foco e a preparação de um ano todo nas duas cidades acima citadas.

E aqui começa minha opinião pessoal.

Enquanto nos Estados Unidos, as marcas Cynosports e US Open agregam valor as suas federações fazendo com que todos os agilitistas se voltem as competições nacionais, e as federações fazem grana com merchandise (camisas, canecas, guias e outros produtos), no Brasil ainda existe a formula de campeonato brasileiro de tiro longo onde não se consegue agregar valor ao torneio.

No meu tempo competindo no Brasil, torneios nacionais chegaram a ter inumeras etapas separadas por meses entre a primeira e a última. Competidores que começavam o torneio no Grau 1, terminavam no Grau 2 ou 3, rankiando em dois ou três graus diferentes. É difícil agregar valor em um torneio assim. Garimpar pontos ao longo de meses não sabendo em qual Grau você terminará o torneio depois de 10 meses faz competidores desanimar.

O sistema de torneios nacionais nos Estados Unidos, faz com que Cynosports ou o próprio US Open sejam grandes eventos anuais onde competidores trabalham o ano inteiro e criando a expectiva de poder estar dentro de um torneio super importante. Além disso dá iguais condições de todos vencerem, afinal é um torneio de tiro-curto em 4 ou 5 dias onde mesmo os maiores favoritos podem ser surpreendidos com uma barra que cai ou uma falta de zona de contato.

Existe um fator cultural no Agility assim como em tudo ao nosso redor. Nós, brasileiros, fomos criados dentro de um Agility com esse sistema e para nós um sistema diferente pode parecer estranho. Esperar um ano inteiro para disputar um torneio nacional??? Pode parecer nada atrativo. Mas, por experiência própria eu posso dizer que disputar um torneio como esses é a grande espera do ano inteiro. E para a maioria dos competidores que não vão a torneios internacionais por falta de recursos ou por uma decisão pessoal (o que é o exemplo de muitos americanos), competir ou até mesmo chegar ao TOP 10 em um torneio com 1000 cães pode ser o momento mais espetacular em sua carreira agilitística.

Agregar valor e fazer dinheiro com Agility não é algo ruim, se feito da maneira correta.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Quanto ganha um juiz de Agility nos Estados Unidos?

ESSE POST FOI PUBLICADO EM MAIO DE 2016, ESTOU APENAS REPUBLICANDO AQUI NO NOVO BLOG

Mais uma sensacional experiência julgando uma prova de Agility nos Estados Unidos. A prova aconteceu em Palmetto – FL, na costa Oeste do Estado, no Golfo do México. 

3 dias! 650 passagens em pistas! Na Sexta a prova começou a 1 da tarde e terminou por volta das 6. Sábado e Domingo a prova começou as 8 da manhã e terminou por volta das 4 da tarde.

Com relação a organização eu não vou ser repetitivo. Já comentei anteriormente sobre isso. O que eu gostaria de mencionar aqui são outros dois fatores.

Primeiro foi um sistema testado pela organização dessa prova onde foram enviados, logo pela manhã, os percursos do dia para o celular de cada competidor. Ou seja, você acordava de manhã, checava seu celular e lá estavam os percursos do dia. Prontos! Você podia dar zoom na imagem e já ir pensando em sua estratégia. Foi bem bacana.

Mas quanto ganha um juiz de Agility nos Estados Unidos? Na verdade não existe nada oficial. Nas regras está dizendo que o pagamento ao juiz deve ser acordado entre o clube organizador e o juiz. Mas, existe uma regra não oficial e praticamente todos a seguem.

O clube paga 1 dólar por passagem em pista, mais gasolina, hotel e alimentação. Quando um juiz julga uma prova em dois dias facilmente tira em torno de 800 dólares, a não ser que seja uma prova muito pequena. 3 dias julgando rendem mais de 1000 dólares ao juiz.

Para provas maiores como campeonatos regionais ou nacionais paga-se mais. Juízes em provas importantes como Cynosports ou US Open tiram mais de 3 mil dólares por evento.

Eu fiquei sabendo que para provas locais alguns juízes já chegaram a pedir mais do que 1 dólar por passagem em pista. Mas o que acaba acontecendo é que esses juízes acabam não sendo mais convidados porque acabam “violando” essa regra não-oficial.

Eu tenho mais duas provas agendadas para julgar, uma na Flórida e uma na Pennsylvania nos proximos meses.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

O Américas & Caribe e os americanos

O maior torneio das Américas? Em quantidades de países podemos dizer que sim. O A&C é o torneio que reúne a maior diversidade de países das Américas dentro do mesmo torneio. Em quantidade de duplas não, visto que há torneios nos Estados Unidos como o Cynosports e o US Open que chegam a reunir mais de 1000 cães por edição.

De qualquer forma, na minha opinião o A&C é o mais importante torneio das Américas e teria condições de se tornar um dos torneios mais importantes do mundo. Vou falar um pouco mais sobre isso abaixo.

Os americanos aos poucos começam a olhar de outra forma para o A&C, principalmente para condutores que vão ao Europeu e ao Mundial que enxergam o A&C talvez como uma preparação e oportunidade para competir com os juízes que estarão julgando o Mundial.

Mas na teoria o A&C não existe oficialmente para os americanos. E isso é devido ao fato que nenhuma federação de agility nos Estados Unidos reconhece o torneio. Você pode entrar agora mesmo nos site da AKC, USDAA ou UKI e não há absolutamente nada sobre o torneio. Não há informações, data de prova, formulário de inscrições, absolutamente nada.

Essa função de “organizador” do time que vai ao A&C caiu no colo de uma das condutoras americanas mais conhecidas pelo pessoal da América do Sul (não há necessidade aqui de citar seu nome). Por vários anos ela vêm competindo anualmente no A&C e conhece como ninguém nos Estados Unidos esse torneio. Cabe a ela receber as inscrições de quem está interessado em ir, organizar uniformes e escolher o time para o torneio oficial.

Em 2015, no Américas & Caribe no Brasil, a equipe americana foi recorde. Levando um número de condutores nunca antes visto. Humildemente eu pego um pouco dessa responsabilidade pois naquela época fiz uma campanha gigantesca por aqui para levar mais e mais competidores. Acabamos levando vários amigos para competir no Brasil. Naquela oportunidade acabei "beliscando" dois pódios com Jack Bauer

Acho que passa a ser uma questão de tempo até que alguma Federação americana comece a reconhecer o valor desse torneio e assuma a responsabilidade por ele, tirando isso das costas de uma única pessoa. Se isso acontecesse, os Estados Unidos poderiam levar mais e mais duplas e o A&C se tornaria mais popular por aqui. A escolha lógica seria a AKC assumir essa responsabilidade por se tratar da Federação americana ligada a FCI, mas eu duvido muito que a AKC assuma isso. Talvez a UKI possa fazer o mesmo e seguir o exemplo do que fez com o WAO, que era um torneio sem reconhecimento na América e que depois da UKI assumir a responsabilidade pelo time se tornou um dos torneios com as vagas mais disputadas pelos americanos.


Quanto ao A&C em questão, como disse anteriormente, poderia se tornar um dos torneios mais importantes do mundo, talvez com um patrocinador forte e oferecendo pistas simultâneas poderia trazer mais competidores da Europa. As maiores reclamações que ouvi de amigos americanos que foram a alguns A&C é com relação a longa espera até chegar a sua vez de correr suas pistas. São longos dias. Eu não estava no Peru anos atrás mas alguns amigos me disseram que eram longas horas esperando para se fazer duas pistas. Isso faz com que algumas pessoas não voltem. Talvez organizar um calendário de provas onde minis e midis correm pela manhã e Standards a tarde. Ou mesmo um dia só com Standard e outro só com Mini-midis, enfim difícil de bate-pronto pensar em uma situação enquanto escrevo esse texto.  

De qualquer forma a América do Sul é um ponto turístico forte para Europeus e Norte-Americanos e esse fato por si só ja pode ser um baita atrativo quando provas são realizadas em pontos turísticos e os condutores têm algumas horas para conhecer a cidade e não ficar em uma prova das 8 da manha as 9 da noite.  

E quem sabe no ano que vem não estaremos no Chile? ...por falar nisso, alguém tem informações sobre o Américas & Caribe do ano que vem?

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Fim de ano movimentado

Próximas semanas serão movimentadas. Tem prova da USDAA nesse final de semana aqui na Flórida. Prova local, nada especial, mas já de olho nos Excelentes Zerados e qualificações para o Cynosports do ano que vem.

No meio de Novembro lá vamos nós para mais um campeonato nacional, será o US OPEN que acontecerá no Estado da Geórgia. Estado vizinho, 6 horas de casa. Nada tão distante. O US Open é um daqueles torneios gigantescos aqui na América. Ano passado foram mais de 700 cães em 4 pistas diferentes. Será nossa terceira participação. Ano passado tivemos uma participação espetacular, Jack Bauer terminou a classes 26 polegadas (65cm) no pódio em terceiro lugar e Brown na categoria 20 polegadas (50cm) foi vice-campeão. Terminar com os dois “dogs” no pódio em um campeonato nacional foi algo acima da média e sensacional. Porém não significa muito para o próximo torneio.
Serão 4 dias de provas!

Duas semanas depois do US Open, lá vamos nós atravessar alguns Estados rumo a Pennsylvania para as seletivas do Europeu 2017. O juiz será Tráj Tamás. Ano passado eram cerca de 150 cães lutando por cerca de 30 vagas no total.

Ainda temos mais uma prova da AKC no final do ano. A prova de fim de ano como eles chamam acontece entre os dias 26 e 31 de Dezembro encerrando o ano. E ainda estamos buscando mais algumas qualificações para ir as Seletivas do Mundial em Abril.


terça-feira, 25 de outubro de 2016

Abrindo o jogo!

Não sei o quão grande será esse texto, apenas decidi começar a escrever. Se um dia vou postar em algum lugar também não sei. Talvez fique no meu computador por um tempo.


Próximo aos 40 anos sinto-me feliz pelas decisões que tomei em minha vida. Algumas delas eu não tomei, apenas aconteceram. Porém eu mesmo fui responsável pelo meu futuro, escolhi o que escolhi. Poderia ter traçado um caminho diferente, lá atrás, 20 anos atrás e tocar o negócio do meu pai. Decidi que não, segui outra vida. Para sorte ou azar do meu irmão, essa função (benção ou maldição) ficou para ele.

Em 2007 minha vida no Agility começou, talvez para desespero do meu pai que sonhava em ver um filho doutor tratando de animais em um consultório, o agility me levou para outro caminho. Me formei e fui me especializar em comportamento canino.

Enfim, em 2008 nasceu a Cãopetição. Com certeza o mais bem sucedido projeto da minha vida. Em meio a um mercado onde ninguém conseguia fazer grana com agility, eu fiz. A escola cresceu, desenvolveu, iniciou dezenas de duplas, trouxe títulos e chegou a ser a segunda escola de Agility do país em numero de cães em pistas e resultados.

Mas foi em 2010 que aconteceu o “começo do fim”. Com a escola estável e cada vez mais duplas chegando, sucumbi a pressão psicológica do meu pai, que como sempre gostava de me azucrinar dizendo: “Você é um médico veterinário! Quando vai parar de brincar com cachorro e começar a trabalhar?”. E assim foi, e em 2010 inaugurou-se a Clínica Cãopetição, o começo do fim.

Sempre tive pessoas boas trabalhando para mim na Clinica, e com certeza se não fossem essas pessoas teríamos problemas maiores.

No primeiro ano, enquanto a escola de Agility crescia, a Clinica ainda em processo de estabilização sugava o rendimento da escola. Era tirar dinheiro da escola e botar na Clinica, essa era a rotina. Mas tudo bem, afinal era um novo negócio e é assim mesmo.

Mas meu erro foi não dar atenção necessária que todo novo negócio necessita. 80% do meu tempo eu estava na escola de Agility e a Clínica ficava por ela mesma. E é claro, essa era a receita para o fracasso.

2012, o ano negro

Chamo 2012 de um dos mais negros anos da minha vida. Sabe aquele ano que nada dá certo? Pois é. Esse foi meu 2012, o ano do fim do mundo. Alguém se lembra?
Final de 2011 eu estava financeiramente quebrado, tendo usado todas as pequenas reservas que tinha na possibilidade de uma recuperação da Clinica, que nunca aconteceu. Pela primeira vez tive meu nome envolvido em protestos e dívidas, algo novo para mim.
Mas o ano de 2012 começou com uma esperança, boba, porém uma esperança de alegria: O Américas & Caribe no Chile. Era o momento onde eu estava voando com Brown, vencendo provas no Grau 3, bem qualificado no Campeonato Brasileiro e esperando ansiosamente meu nome na lista do time, o que não aconteceu. Fiquei chateado, deprimido, mal. Pensei em não ir, mesmo perdendo a grana da passagem e hotel que já estavam pagos
Porém, lá me fui! Sendo colocado em um time no Open onde era parceiro de 3 outros cães de grau 2. Na verdade, eu fui o unico condutor de Grau 3 naquele A&C que competiu pelo Open com outros 3 cães de grau 2 no time. Nada contra meus companheiros de equipe (um deles é um grande amigo até hoje), mas achei que naquela época merecia estar em um time com outros condutores de Grau 3. Fracassamos no time.
Mas não no individual! Terminando em 5º no geral e recebendo congratulações de várias pessoas que inclusive sussuravam no meu ouvido: “Você deveria ter estado no time”, me fez me sentir um pouco melhor.
Três meses depois, lá me fui outra vez para uma prova internacional: o pequeno e novo OLA ou Open Latino Americano na Guatemala. Que mesmo sendo um torneio pequeno, fui com orgulho de representar o país, e venci. Mas nunca houve nenhum reconhecimento por parte da CBA, nem mesmo uma citação no site. Era isso, em 2012 (no ano negro) o Agility morreu pra mim.
Deixei de ir em provas, não tinha mais vontade. Acordar de manhã e me preparar para ir para uma prova que sempre foi algo bem bacana para mim, havia se tornado algo horrível.

A Clinica fechou no mesmo ano, comecei a ter problemas com alunos (que nunca havia acontecido antes). Discussões e grupinhos se formaram dentro da Cãopetição. Algo que eu sempre havia lutado contra com muito sucesso. Resultado do meu comportamento instável do momento, tudo culpa minha.

E a avalanche continuou. Lá se foi a namorada, e problemas de relacionamento com a familia surgiram. Quando menos percebi estava em depressão. E isso tudo aconteceu em um período inferior a 10 meses. Muita coisa pra processar em pouco tempo.

Em Agosto de 2012 vários pensamentos rondavam a minha cabeça sobre como eu iria sair daquela situação horrível. A terapia me ajudou demais e algumas decisões eu já havia tomado. Voltar a estudar no ano seguinte (2013) e passar a Cãopetição pra frente. Não fechar a escola, mas vendê-la. Acreditem ou não a venda da Cãopetição já estava praticamente fechada para uma pessoa que não vem ao caso agora mencionar e meus planos em fazer uma pós-graduação na Universidade Metodista em São Bernardo do Campo estavam caminhando bem. Mas em Setembro de 2012 a pessoa desistiu da compra da escola de Agility e novamente entrei no impasse sobre o que fazer com a escola. Honestamente eu não queria fecha-la, ainda tinha planos de continuar treinando, e na minha cabeça, virar apenas um competidor poderia me trazer de volta a motivação para ir em provas. Ter uma escola perto de casa iria ajudar nesse processo.
Mas foi aí que algo inesperado aconteceu.

Welcome, my friend

Novembro de 2012 e sobre intensas recomendações da minha terapeuta lá fui eu para uma viagem de férias, algo que não fazia a muito tempo. Desligar um pouco do mundo e recarregar as baterias. Acompanhado de minha mãe fomos a uma viagem a terra do Tio Sam, mais precisamente em Orlando na Flórida.

Se você nunca foi para Orlando, saiba que todos que vão têm um planejamento de dias. Um dia na Disney, um dia na Universal Studios, Sea World, compras e por aí vai. Existem os chamados dias livres onde podemos fazer o que quiser, ficar apenas na piscina do Hotel, andar pela cidade, etc. Adivinha o que eu fiz no meu dia livre? Fui em uma escola de Agility.

Visitar um centro de treinamento de cães na América foi como segurar um cabo de alto-tensão. Um choque que poderia me matar, porém que me deu super-poderes. Toda a paixão veio a tona. Mas não foi apenas visitar uma escola de Agility que me encantou nos Estados Unidos. Ver um país de primeiro mundo com trânsito organizado, mais segurança, ruas limpas e excepcionais escolas mexeu comigo.
Com os planos de fazer uma pós-graduação no ano seguinte e tendo eu passado por essa experiência em outro país, meu vôo de volta foi inteiro pensando sobre como seria tentar a vida na América. Um longo pensamento de 9 horas em minha mente.

Depois de algumas pesquisas, descobri que nenhuma Universidade me aceitaria se meu inglês não fosse fluente e com isso comecei a pesquisar Universidades em Orlando com programas de inglês para estrangeiros.
Em Dezembro de 2012, apenas três semanas após meu retorno de minha viagem de férias oficialmente enviei minha documentação para o Valencia College, uma faculdade em Orlando com programa de inglês para imigrantes e com redirecionamento para a Universidade.

Em Janeiro de 2013, na primeira semana do ano, recebi um email com minha carta de aceitação na Universidade.
Duas semanas depois, ainda em janeiro lá fui eu novamente voando para Orlando para fazer minha matrícula com as aulas começando em Abril. Mas o processo ainda não estava pronto, afinal ainda precisava da aprovação do visto pelo Consulado Americano em São Paulo.

Paralelo a isso tudo, a Cãopetição ainda funcionava. Eu havia deixado de ir em provas e ainda procurava por um comprador. A idéia não era de fechar a escola.

Foi na primeira semana de Fevereiro que eu fui até o Consulado Americano em São Paulo e obtive aprovação e visto carimbado. Estava realmente acontecendo. Com tudo aprovado, era hora. A mudança para os Estados Unidos aconteceria em Abril.

Uma noite triste

Em fevereiro de 2013 eu reuni todos os alunos da escola, sem excessão. Convidei a todos que comparecessem em uma noite para termos uma conversa. Foi uma noite muito difícil para mim quando anunciei o encerramento da escola. A Cãopetição estava fechando. Acho que fiz da maneira correta. Cara a cara, nada de emails ou algo por escrito, todos mereciam o respeito de ouvir direto da minha boca, frente a frente.

Dava para ver a tristeza na cara de todos mas como eu digo sempre amigos são amigos e a maioria massacrante veio me dar um abraço de boa sorte em minha nova empreitada. Acreditem, eu lembro de cada um até hoje. Eu juro.

A Cãopetição continuou com suas atividades até o último dia do mês de fevereiro de 2013 e depois se encerrou.

Em março de 2013 decidi realizar minha última prova de Agility antes da minha partida e fiz uma homenagem a escola que me iniciou: a DOG WORLD, competi sob os nomes e cores da escola que me fez com que eu me apaixonasse por esse esporte.

No dia 3 de Abril de 2013 eu desembarquei de mala e cuia (e cães) nos Estados Unidos, onde estou até hoje. E sim, existe uma possibilidade que eu retorne ao Brasil até o final de 2017 quando meus documentos expiram. Se a imigração vai permitir que eu fique ainda não sei mas viver ilegal aqui eu não vou. Nunca (NUNCA) fui um desses brasileiros que se mudam para outro país e massacram o Brasil em comentários. Pelo contrário, sempre falei que você não pode esquecer suas raízes e respeitar de onde veio. Se tiver que voltar, volto! E volto pro Agility.

Escrevi esse post porque...sei lá porque, apenas quis dividir minha história, meus sentimentos e dizer que sou grato pelos bons e maus momentos. A vida é uma jornada e não perca seu tempo com coisas imbecis. Se você sobreviveu a esse texto, de coração eu agradeço!